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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

As imagens fotográficas feitas por Danna Merril quando da construção da E.F.M-M no início do Século XX são de uma beleza singular, por assim serem, preciso tomar o máximo cuidado ao reproduzí-las em óleo sobre tela, as nuances, sombras, expressões faciais, dizem muito da atmosfera daquele momento retratado pelo fotógrafo. Este é um esboço que está sendo preparado para receber tinta, com esta técnica teremos a oportunidade de ver o colorido dos objetos e a tez bronzeada deste hindu com o semblante fechado e um olhar que mira algo além da imaginação.
Esboço de óleo sobre tela da coleção "Trilhos do Thempo". Operário hindu.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

No início do Século XX as técnicas de engenharia civil ainda não eram seguras o bastante para evitar falhas como esta. Aqui, nota-se a falta de preparo da equipe técnica que construía a Estrada de Ferro Madeira - Mamoré.
Deslizamento de aterro na construção da E.F.M-M, óleo sobre tela de Amaury Dantas
Naquela época os estudos de compactação de aterros não tinham embasamento no que se refere a lixiviação (lavagem do solo pelas águas da chuva) a que são submetidos. Este, como outros  fatores fizeram com que as duas primeiras empresas envolvidas na Obra, sofressem bancarrota no empreendimento, mas Percival Farquhar, tomou estes fatores como exemplo e conseguiu concluir a Obra em 1912.   

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Farquhar...o homem de ferro!

O século XX entrou para história como o mais importante de todos no que se refere ao desenvolvimento científico e tecnológico. 
Percival Farquhar, foi sem sombra de dúvida um desses homens que ajudaram a construir o século XX, visionário, controvertido, audacioso e polêmico, Farquhar tornou-se o maior investidor privado do Brasil entre 1905 e 1918. Seu império só rivalizou com o do Conde Francisco Matarazzo e com o de Irineu Evangelista de Sousa, o Visconde de Mauá. 
Este homem, contrariando todas as espectativas em torno da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, provou que a competência humana é imprescindível no trato com as adversidades na função do labor. Construiu a lendária ferrovia de 366km em apenas 4 anos.
Percival Farquhar, construtor da E.F.M-M - Óleo sobre tela de Amaury Dantas
É da natureza humana o espírito de aventura, sem o ímpeto de explorador o homem jamais chegaria a este ponto em que nos encontramos na história. 
Primeiro contato dos irmãos Kellers com os nativos daquela região - Óleo sobre tela de Amaury Dantas
A epopeia da Estrada de Ferro Madeira - Mamoré, remonta uma série de fatos históricos vividos por homens pioneiros que por um objetivo próprio ou compartilhado, lançaram seus destinos no seio da grande hileia, palavra criada pelo sábio Humboldt no intuito de adjetivar com o devido respeito, uma das maiores manifestações da natureza na superfície do globo terrestre, a fantástica e exuberante floresta Amazônica, berço de uma das maiores biodiversidades do mundo em que vivemos.   
   
Engenheiros e operários em canteiro de obras da E.F.M-M.  Óleo sobre tela de Amaury Dantas
A ideia de produzir a coleção "Trilhos do Thempo" surgiu em 2010, quando fiz uma viagem a Porto Velho, minha cidade natal, que por sinal há 25 anos não a visitava. Fui a serviço, na época trabalhava com projeto e execução de fachadas comerciais em ACM, na ocasião tive o reencontro com a velha e famosa ferrovia, ela estava novamente ali, na minha frente, foi como um filme passando em minha mente, só que desta vez eu já não era mais aquela criança, que só via o lado lúdico do complexo ferroviário, foi quando tive a ideia de presenteá-la com estas pinturas, uma maneira de contribuir e adicionar à história novos elementos que de certa forma contribuíssem para futuras pesquisas da lendária ferrovia.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

"Trilhos do Thempo"

Quando criança, sempre brincava no pátio da Estrada de Ferro Madeira - Mamoré, talves pelo fato de meu pai ter sido funcionário da Empresa, no setor de engenharia e projetos, eu sempre estava presente naquele ambiente, ali era um espaço especialmente mágico, aquela atmosfera misteriosa, o metal das composições oxidando com o passar do tempo, imensas estruturas metálicas pairando sobre minha cabeça, o apito da Maria Fumaça, aquele som de melancolia que ecoava na raiz da minha imaginação fértil de criança curiosa, me transportava para um tempo que transcendia aquele cenário fantástico.
Me recordo, quando íamos eu, meu primo Paulo de Tarso (in memorian) e uma turma de amigos, explorar as redondezas em cima de uma cegonha deslizando sobre os velhos trilhos da Madeira-Mamoré. E nos perguntávamos: Como foi possível alguém construir isto tudo?
Era incompreensível estar ali vivenciando uma história real, de vidas ceifadas no cerne da floresta imponente, traiçoeira e cruel, cheia de vidas sorrateiras e perigos constantes por se tratar de uma região selvagem e inóspita...    
Óleo sobre tela da coleção "Trilhos do Thempo" de minha autoria - 1,20m x0,80cm. Coleção particular.